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sexta-feira, janeiro 20, 2006

Cerro os meus olhos na continuidade dos dias. Já nem sei o que chega, ou o que vem para mim ou para onde estou, só sei dos cristais frios a tecerem uma teia liquefeita em torno dos sentidos. Adormeço em mim, esquecida de tudo, embalada pela música das visões azuis do teu vulto a prenunciar a forma da eternidade dos sonhos.
O teu vulto, recortado do fundo do universo, parte íntegra de tudo, a salvar-me de um espaço sem memória em que tudo se estilhaça na queda livre de um passado sem dias e sem noites.
O teu vulto como nunca o tinha visto, com o nada do negro a sugerir a realidade incorpórea de astros e estrelas partilhadas, como alguém que entra no cosmos pela primeira vez e abraça-se ao brilho da lua para afastar o medo da própria escuridão.

Assim nasce a primeira noite, e se quer eterna na ingenuidade dos que vêem as estrelas a brilhar pela primeira vez... e ao cerrar os meus olhos, permito que sonhe.