quarta-feira, fevereiro 15, 2006
Dá-me os lábios que contêm o teu grito, as presas que rasgam o tecido da pele, as garras das asas que te fincam à escuridão, dá-me isso e o vazio que ronda o sopro, cada eco do fundo de ti que possas agarrar entre o teu pensamento.
Ao longo dos meus fios, transforma-te em papel, tu e as luas que te prendem à noite, e, ao verso da página do cosmos, escreve a descontinuidade do teu infinito.
Ao longo dos meus fios, transforma-te em papel, tu e as luas que te prendem à noite, e, ao verso da página do cosmos, escreve a descontinuidade do teu infinito.
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
Os meus olhos fecham-se em sal, sou feita de Nada e as palavras que criei já sucumbiram na areia gelada. Antimatéria, não me vês, com a consciência atirada assim, para trás, sem partilha de sentidos.
terça-feira, fevereiro 07, 2006
A Verdade ainda não se via quando a mensagem foi proferida, e então as palavras ficaram-se pelas paredes e escorreram ao chão, amontoando-se lá em significados imperfeitos. Dos sentidos recobertos do seu valor pútrido fizeram-se as celas vazias, da mentira em que todos creram fez-se o fogo-fátuo dos corpos, e chamou-se à fragilidade dos dias de amanhã, encarcerado nas lágrimas do fim do mundo.